NEON
mascavo e dissonante
o celacanto
esmaga flores rubras flores outrossim
hiberna as estações como se não bastasse
e antes macera
o nervo flores bruma crivos som
essa nervura
(úmida e quente, assim)
daqui do subsolo tudo é muito escuro – onde repousam meus olhos
a luz pode cegar quem a deseja
e o mundo ancora
ancora
ancora
ancora
(levanta
a perna amor
mais
um pouquinho)
no seu pulsar rascante
todo de ar-
estas contra o ar-
estado círculo transfigurado áspera esfera
já sem todo viço
(não para não para não para)
ainda assim deseja sobretudo se confrontar com a sagrada e in-
traduzível música dos arpões.
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