DA DISSIMULACÃO
escrevo, é certo, mais para ocultar
faco sonetos não sei bem por que
coloco em versos o que ninguem vê
ou sequer sente, nem quer escutar;
desloco este Parnaso até o inferno
onde vou me danar sem alforria
persigo - cego - o rastro da Poesia
e o que de mim pudera ser eterno;
me oculto no soneto, essa facanha
de todas a menor, a mais estranha
e atéao pensar o faco em decassílabos;
este meu coracão que à alma empresto
a ela contamina e , assim, de resto
não chove nem faz sol e a hora é incerta.
7 Comments:
Ia perguntar justamente por que você faz sonetos, mas você já respondeu. Não que eu tenha contra o soneto, até gosto de Neruda, principalemnte quando ele constrói essa imagem: sonetos de madeira. mas sou músico também e o soneto tem um ritmo que não me apraz. lembro que meus professores diziam que eu não sabia ler sonetos porque eu os lia com um ritmo atípico, mas... cada poeta tem o fôlego que lhe cabe para ler poemas. até!
amar, aprender e guiar
Pois é, esta história dos sonetos é muito comprida, tem pano pra manga.
"Escrevo, é certo, mais para ocultar
faco sonetos não sei bem por que
coloco em versos o que ninguem vê
ou sequer sente, nem quer escutar"
Diz, simulação....amei teu blog :)
é isso aí leo.
tambem nao sou desse estilo.
amar, dissimular e gozar.
cara!
adorei....
vi uma ironia bela, visceral.
lindo!
ps: Veja, hoje, "A criação" no FALÓPIO: http://versosdefalopio.blogspot.com/
beijos!
Grande Aldemar,
Belo soneto!
abs
Jardim
O que faço?Escrevo para ocultar.
Aquilo que ninguém quer escutar.
Desloco-me da alforria que interna.
Persigo a poesia porque é eterna.
Post a Comment
<< Home